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Por que o símbolo da criatividade
é uma lâmpada?

Qual é a primeira imagem que vem na sua cabeça quando você pensa nas palavras “ideia” e “criatividade”? Normalmente, pensamos em algo parecido com isso:

Imagem Internet: Ponpoka

Vamos finalmente desvendar porque usamos tanto esse clichêzão e porque associamos a lâmpada com ser criativo, ter boas ideias, criatividade no geral. Vamos lá?

Pra começar a cavar afundo nesse assunto, temos que fazer as perguntas básicas: O que é luz? Onde encontramos ela? A resposta: em TUDO. Pense na luz do sol. Pense no sentimento de frio e até tristeza que podemos ter em um dia nublado. Na cor forte das flores – sim, a cor só tem as intensidades que tem por conta da luz que bate nos objetos – ensinamentos das aulas de física e química da época da escola.

Tá, mas e daí? Qual é a conexão entre um e outro?

Para a iluminadora Ligia Chaim, que trabalha com Lighting Design – termo de arquitetura (que está entre as 5 áreas da Economia Criativa) significa a ideia de iluminar o ambiente da forma mais criativa possível casando técnica e estética. “A luz é algo espiritual. Nós temos nossa própria luz interior e nossa sensibilidade para sentir a luz no mundo. Vai além de saber a técnica, de saber como montar um foco de luz, de posicionar um holofote. É do espírito”, explica. Papo de quem ama o que faz, né? Calma, vamos fazer você entrar na vibe e espírito que a Ligia está querendo mostrar.

O pensamento dela nos traz mais perto de entender por que temos a lâmpada como símbolo da criatividade. A criatividade também é algo espiritual – não querendo dizer que você não precisa exercitá-la, hein! ela emerge de dentro de nós, de nossas experiências, referências, pontos de vista. Somos tocados pela luz exterior, pelas vivências, e então, começa a brotar uma ideia.

A relação entre uma luz se acender e o aumento da criatividade foi estudada pelo pesquisador e psicólogo Michael Slepian na Universidade Tufts, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Partindo do mito da caverna de Platão, onde é necessário sair da caverna – do escuro para ir à luz – para conseguir enxergar e entender o mundo. O pesquisador junto com seus colegas criou dois experimentos para testar a relação entre uma lâmpada e os famosos insights.

E aí, o que achou? Vamos agora entender o que é, como foi e o que resultou a experiência de Michael. Vamos lá?

Experimento 01 – parte 1:

73 universitários sentados na frente de um computador, assistiam dez palavras passando na tela, como flashes, associadas com a ideia de insight, assim como criar, conceber, visualizar, outras dez palavras, e mais vinte imagens não associadas a palavras, como símbolos ou formas. Depois disso, pediram para os alunos responderem o mais rápido e assertivamente se o que eles viram eram palavras ou não.

Enquanto os alunos estavam prestando atenção na tela do computador, duas luzes foram acendidas na sala, uma para cada grupo, sendo uma lâmpada incandescente, sem nada cobrindo ela, e a outra a luz normal, fluorescente, de teto da sala.

Resultados:

Os alunos que foram expostos a lâmpada incandescente tiveram respostas e reações mais rápidas quando as palavras ligadas a ideia de insight apareciam na tela, dando a entender de que realmente existe uma conexão entre a ideia de insight e criatividade na nossa mente que é ligada a luz de lâmpadas – as mais velhas, redondinhas e amareladas.

Experimento 01 – Parte 2:

Na segunda parte do experimento os alunos receberam problemas de matemática, linguagem e problemas espaciais para resolver e tiveram as mesmas luzes – a lâmpada e a luz de teto da sala, acessas mais ou menos na metade do processo em que eles estavam resolvendo os problemas.

Resultados:

Os alunos resolveram os problemas de forma mais rápida, ou mais vezes, com a luz da lâmpada do que com a da sala. Portanto, o nosso ambiente pode influenciar muito em nossa criatividade.

“Eu me surpreendi muito com o fato de que esses resultados mostram que algo que seja simplesmente elusivo ao processo do insight pode ser influenciado por mudanças muito pequenas e simples no nosso ambiente.” afirmou Slepian para o LiveScience, um portal de notícias ligado a ciências.

Experimento 02 – Parte 1:

Pra tirar a dúvida de se a qualidade da luz da sala era ruim, os pesquisadores refizeram o experimento usando a lâmpada sem nada e depois com a mesma lâmpada coberta com uma cúpula (igual aquelas de abajur).

Resultados:

Os alunos continuaram tendo a melhor performance quando a luz descoberta era usada.

Essa pesquisa ajuda a mostrar o quão enraizada está a noção de uma lâmpada com ter ideias, insights e o pensamento criativo. É por essa razão, pelo símbolo, que os alunos responderam melhor com a lâmpada exposta. Isso está ligado ao que os psicólogos chamam de Efeito Priming ou de Pré-Ativação – onde um estímulo influencia a resposta a outro estímulo –  de conexões cerebrais, como por exemplo quando vemos uma maleta e associamos a negócios, ou quando vemos a cor vermelha e associamos a sangue. O vídeo “Don’t Hug me, I’m Scared” (clique aqui para ver) é extremamente ilustrativo e explica como surge a criatividade: de tudo.

Que tal, da próxima vez que estiver travado no seu processo criativo, você acender uma lâmpada – se ainda tiver dessas em casa – e ver o que acontece? Ah, só não esquece de contar pra gente se de fato ajudou! 😉

Pesquisa: LiveScience
Arte da capa: MUTI

Como o cérebro influencia
a capacidade criativa

Falar de cérebro ou como a mente funciona pode ser meio chato para algumas pessoas e incrível para outras. Esse artigo vai te mostrar que, independente do seu interesse pelo assunto, vale muito a pena conhecer como seu cérebro opera. As três principais razões são: a de entender alguns padrões automáticos de comportamento em nosso dia a dia; o por que temos certas sensações e reações a determinados assuntos; e como tudo isso aí influencia em nossa criatividade.

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Pesquisa e Desenvolvimento e a
Economia Criativa

Você sabe o que significa a sigla P&D? Pra quem não conhece, ela responde por Pesquisa e Desenvolvimento, uma das áreas da Economia Criativa, envolta no grupo de Tecnologia. Quando pensamos em tecnologia na economia criativa, costumamos dividir o grupo em três partes: Pesquisa e desenvolvimento, Biotecnologia e TIC: Desenvolvimento de softwares, sistemas, consultoria em TI e robótica.

A área de Pesquisa e Desenvolvimento (ou P&D) é referente a todo tipo de pesquisa e trabalho voltado para o aumento e melhoria do conhecimento, incluindo humanidade, cultura e sociedade, e pensando nas aplicações socioeconômicas e culturais do conhecimento. Ou seja, todo o tipo de pesquisa que busca entender como funciona o comportamento humano, como desenvolver uma tecnologia x para melhorar um produto, o estudo da cultura de um lugar, etc.

Por que entra na área da Economia Criativa? Porque toda pesquisa é uma criação – no caso de uma informação – que gera valor, lucro, inovação – e é algo que não existe e que então passa a existir, uma CRIAÇÃO. Faz sentido?

A curiosidade costuma ser o primeiro passo para o início de uma pesquisa, aquele questionamento de como e por que o mundo ao nosso redor funciona do jeito que ele funciona. Pense bem: se ninguém questionar, querer melhorar algo, como vão surgir ideias? Como colocar a criatividade em prática sem ter essa chama da curiosidade e do questionamento? Claro, aí você fala: e a Filosofia, entra na Economia Criativa? Não. Isso porque o questionamento por si só não gera valor econômico. Para entrar na Economia Criativa a criação deve ser o valor monetário. Entendeu? Vamos aprofundar.

Portanto, é muito importante que todos – mesmo se você não é dessa área – tenhamos a consciência de como funcionam as pesquisas e desenvolvimentos no país, e assim ajudar, nem que seja naquele compartilhamento nas redes sociais, os projetos de pesquisa que dizem respeito a sua área de trabalho e interesse – pelo menos isso – ou outras importantes que possam contribuir na melhoria da humanidade e do ambiente ao nosso redor.

Aqui no IH!CRIEI vamos focar muito em carreira, negócios e desenvolvimento profissional dentro das indústrias criativas. Nosso intuito é ajudar na formação crítica, acesso à informação e práticas de como trabalhar nessas carreiras e evoluir criativamente em cada uma delas. Acredite, todos nós, juntos, só temos a ganhar com isso! Um incentivo o outro criativo e criando formas de todos executarem seus trabalhos com excelência e juntos! Vem pro nosso mundo, que é loucura e evolução! Para quê tudo isso? Contribuição, desenvolvimento e coisas que preenchem nossa alma.

É importante enfatizar que não somos especialistas em todas as categorias da indústria criativa, só em algumas como Comunicação Instantânea e StoryMídias. Porém, somos jovens pesquisadores da Economia Criativa e estamos, aos poucos, nos informando, conhecendo e vivenciando cada um dos universos criativos, para ampliar nossa visão de mundo e proporcionar a você uma imersão completa e maior entendimento do por quê esse universo da criatividade humana é tão fascinante, e como você, seja de qual área criativa for ou, caso não seja, trabalhe com os criativos, consiga ampliar sua visão de mundo para gerar inovação em sua atividade profissional e assim obter cada vez mais reconhecimento!

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>> Colaborou para este artigo, texto e design Camilla Zahn e Patricia Bernal

Arte da Capa: Dmitri Mòói