Como é o “estilo de vida” de um criativo?

Quando decidi criar o PORTAL IH!CRIEI foi assim: sem script, por impulso e mil coisas na minha cabeça para compartilhar com todo mundo. Colocar uma ideia pra fora é um ato de extrema excitação para um criativo. A ansiedade vibra, a concentração escapa. É uma confusão só. Bom, quem é da área criativa sabe muito bem o que estou falando.

Aliás, acho que se eu fosse definir uma das características de uma pessoa criativa, seria exatamente essa: faminta por diversidade de informações e juízo para não perder a concentração na criação e em tantas ideias. Pois é, um criativo na Era Digital pode beirar à loucura ou o caos na rotina, porque é tanta informação e conhecimento disponível e, você sabe, somos curiosos fanáticos!

E é por isso que muitos criativos estão sobrecarregados, sob pressão não só do trabalho do dia a dia, mas com a quantidade de conhecimento que eles precisam ter com tanta tecnologia e informação e possibilidades disponíveis.

Quase tudo parece importante e interessante, portanto, o foco e a concentração só são conseguidos com muito suor – e se a pessoa tiver algum nível de déficit de atenção… aí complicou geral rs.

No final, geralmente sai coisa boa, às vezes absurda, muito loucas e muitas delas, serão guardadas ou simplesmente descartadas, porque não é o timing, não é desse jeito, não ficou bom o suficiente como o criativo ou o contratante achou, e por aí vai. E aí elas são deixadas de lado.

Um dos meus grandes desafios para colocar as criações em prática, hoje em dia, é o aprendizado constante de saber planejar cada criação.

Até porque geralmente os criativos se envolvem em diversas áreas criativas diferentes, e cada uma delas, tem um jeito de criar, e cada pessoa tem um jeito de criar também.

Na época em que o IH!CRIEI surgiu não havia tantas plataformas de organização como existem hoje. Uma das pioneiras foi o Evernote, depois surgiram outras muito boas, umas mais caras outras mais acessíveis. Eu poderia listar pra vocês um monte de ferramentas de organização que várias empresas e criativos estão utilizando. Hoje ainda uso agendas de papel ainda, bloco de nota e lousas e post it – e, claro utilizo sim as plataformas rs. Essas plataformas como Monday, Click up, Notion, Miro, e por aí vai.

Criativos gostam de ter escolhas.

E por isso essa varidedade de plataformas pode ajudar o criativo a descobrir qual é a melhor pra ele, mas, ao mesmo tempo pode confundí-lo. E se você contratante ou criativo está buscando uma forma de trabalhar melhor com esses times, é muito importante entender qual é o processo criativo de cada um, para ver qual a melhor forma de organizar toda essa mente criativa.

Sobre planejamento, é engraçado. Porque isso vai depender muito de onde você trabalha, da cultura daquele país ou da cultura da empresa, da cultura dos seu colegas de trabalho e como você está gerenciando e também da sua própria cultura individual da qual você se formou como criativo.

“Tem muitos criativos que agem pela impulsividade, buscam mais a intuição, entender o que está dentro dele, essa coisa da alma, do sentir, e a partir daí começa-se um processo criativo que tem um caos interno, uma subjetividade, mas que depois ela precisa ser exteriorizada e organizada”.

Outros criativos já buscam mais organização nessa pré-criação. Ou seja, eles vão ter métodos como organizar referências, ver quais coisas eles precisam estudar para fazer aquela criação, eles vão se envolver no processo pré-criação que é uma certa forma um planejamento e aí depois eles passam a realmente planejar o passo a passo da coisa toda.

Nem todo mundo é igual. É importante saber o estilo de cada um e, no mundo criativo, isso é super valorizado.

Não são todos os criativos que trabalham dessa forma, mas muitos deles trabalham, e essa é a melhor forma de trabalhar. Digo isso por experiência própria. Eu sempre achei que a primeira opção do caos era mais adquada para a produtividade, mas na prática não funcionou muito bem assim não. E é por isso que eu incentivo e recomendo aos criativos a estudarem formas de planejamento, de acordo com seu perfil e seu estilo de vida, que você consiga ir achando um ponto de organização e colocar esse planejamento, de uma vez por todas, na prática de sua vida criativa.

E olha para muitos empreendedores criativos, ou seja, aqueles que tem uma empresa, não necessariamente os freelancers, mas o que estão ali, já tem uma perninha no marketing, pegam a área criativa em que atuam, e fazem marketing em redes sociais, fazem uma estratégia, etc, e já estão um poquinho mais avançados, que não é tão passivo, já têm uma postura mais de pró-atividade dentro da carreira, precisam conseguir trabalhar de forma adequada… então não dá pra fugir do planejamento.

Existe uma linha, um caminho de desenvolvimento de carreira durante um processo de uma formação criativa, e uma delas sim, passa pelo caos e depois para o planejamento, porque sem essa organização, o risco é de ter muitas ideias e poucas execuções, ou pouco comprometimento com resultados, é grande.

Acredite ou não, demorei 30 anos para chegar a começar a ter essa necessidade e essa atitude de querer aprender a planejar melhor, e, até hoje, passados alguns anos desde a criação do que hoje é portal, eu continuo a aprender todos os dias, estou sempre ligada, lendo livros, e tentando aprender como que eu posso melhorar os meus processos, acelerar as criações que eu quero que o mundo receba.

Tudo isso porque tem a questão da mudança de hábito, que é uma bronca difícil de lidar no dia a dia.

Agora, imagina mudar uma cultura? Pois é. Nós aqui do IH!CRIEI estamos empenhados em fazer isso acontecer. Qual cultura? Aquela que os criativos precisam ser mais valorizados, por exemplo. Ou seja que aquele trabalho tenha uma utilidade muito importante pra uma marca, uma empresa e toda uma engenharia de ações e estratégias funcionarem.

A cultura do – menos pressão, mais organização. Não achar que o criativo por ser criativo precisa resolver tudo em cima da hora e consegue criar e resolver aqueles problemas, a ser criativo na resolução de problemas no meio do caos. Isso gera um estresse, uma pressão que não está sendo bem vista dentro do mercado de trabalho e prejudica muito o trabalho individual do criativo.

De entender que cada criativo tem um ritmo, estilo, tempo e jeito de trabalhar, são pessoas diferentes, assim como em outras áreas.

Por exemplo, dentro da carreira criativa que é tão diverso, tantas possibilidades, tantos jeitos de trabalhar, de criar e tudo mais, é importante cada empresa… e você que for criativo, entender qual é o seu ritmo, o seu estilo de vida, o seu jeito de trabalhar, o tempo que você demora para fazer cada atividade, cada processo, cada etapa. E é por isso que entender essas diferenças entre as pessoas, muda tudo dentro de uma cultura.

E sim, criativos, nós precisamos entender e ter na ponta da língua qual é a nossa contribuição, da nossa criação, no nosso ato de criar, do nosso ato de resolver esses problemas, e trazer ideias para serem experienciadas, tocadas, enfim, humanizadas, trazerem aí para o mundo humano. Tira da cabeça e põe na vida! É importante a gente saber qual que é essa contribuição tanto para a sociedade, quanto para o indivíduo e para a economia.

Se você trabalha na indústria criativa ou você se relaciona com criativos, essa temática da compreensão, do entendimento de como que o criativo pensa, trabalha, executa, é extremamente importante para que você tenha resultados.

O fato é que um criativo sem planejamento pode se perder muito nas ideias ou demorar a executá-las. Conclusão: planejar deve ser uma missão da vida do criativo e de todos que trabalham com esse criativo.

>> E, detalhe: se tem algo que o criativo demora para muito para decidir é por onde ele começa? Qual é o planejamento de qual criação é mais importante? O que ele deve fazer primeiro? A ideia A, B ou C? Quais projetos… enfim, é importante a organização e a clareza para ajudar as criações a sairem do papel.

Sim, ao menos na cabeça dele. Ele está busy de tantas coisas pra fazer, mais as que quer fazer, mais as que nem sabe que ainda que vai querer fazer e já está pensando em possibilidades e tudo mais.. Você conhece uma pessoa criativa? Então, repare nisso.

Agora vamos lá: como profissional criativa, gosto de alimentar minha criatividade, me desafiar a criar, a fazer diferente – sempre. É uma escolha pessoal. Não é uma obrigação ou imposição do mercado – mentira, às vezes é também rs – às vezes a gente vai ter que se aprofundar em assuntos que a princípio a gente nem tinha muito interesse, mas se aquilo parte de um projeto ou de algo que tem que ser executado a gente vai lá e começa a criar uma conexão uma relação com aquele tema.

Mas no geral é algo muito individual, muito relacionado com o prazer da criação – esse alimento da criatividade dentro de uma mente criativa.

Quem nunca experimentou essa coisa do risco, dificilmente vai ter essa motivação. Essa coisa de possibilidades, de arriscar, vamos ver o que que dá isso aqui, esse projeto, esse produto, etc. Por isso é URGENTE você se propor a experimentar seus talentos para criar seja você um profissional criativo, seja você uma pessoa que está querendo entender como a cabeça de uma criativo funciona para você também colocar sua criatividade pra fora.

Sim, eu sou uma incentivadora da criatividade humana desde que eu incorporei ela no meu modo de operar. Antes era muito intuitiva e sem um entendimento real da minha atividade (ou até talentos), hoje tenho extrema consciência e isso faz toda a diferença na minha vida.

Por quê?

Porque quando você aprende a se posicionar como uma criativa, a buscar sua voz, e usar sua voz, a não ter vergonha de suas ideias, você se liberta! Posicionamento é um tema que dá muito pano pra manga e a gente vai falar bastante disso aqui também no universo do IH!CRIEI.

Mas uma coisa você precisa saber sobre isso tudo: qual lugar na vida das pessoas você acredita que sua arte, seu trabalho, seu talentos e suas criações deve estar e por quê isso faria a diferença tanto pra você, quanto elas, quanto para o mundo? Pense nisso!

Comente aqui abaixo diga como você se sentiu ao ler (ou ouvir) esse artigo, e fique a vontade para expor sua opinião. Muito obrigada!

Arte da capa: Eiko Ojala

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