Gastronomia e a
Economia Criativa

De manhãzinha, meio dia, fim da tarde, noite… Os períodos do nosso dia são muitas vezes definidos pelas refeições que fazemos. Ah….Comer é uma delícia, não? Esse é o lado fácil, o difícil é o dos profissionais que precisam pensar em formas criativas de se fazer comida, temperos, sabores, experiências…tudo para agradar o paladar e fazer da sua paixão seu negócio, além, é claro de alavancar a Indústria Criativa gastronômica da sua região.

Se você é uma dessas pessoas que ama ficar no fogão, pretende seguir algumas das inúmeras carreiras nessa área e sente que tem talento ao preparar aquela receita passada de mãe pra filho, fique sabendo que você tem muito onde crescer! E um mercado sedento por experimentar suas criações! Vamos explorar?

Para quem não sabe, a gastronomia é uma das áreas da Economia Criativa, e não é de se espantar – na alimentação circula um valor alto de dinheiro todos os anos no país e no mundo, afinal, comer não é só por necessidade, mas prazer, muito prazer, e em vários sentidos! O termo turismo gastronômico explica muito bem o motivo da gastronomia estar entre as 15 áreas criativas: muitas pessoas viajam o mundo para comer pratos do local. Acredita? Claro! Você já deve ter cruzado com algum chef, Youtuber ou mochileiro que “vende” o lugar pela comida – e a tal da experiência gastronômica, né? Quem se aventura a cruzar mares, estradas e o céu em busca dessas experiências sabe que, ao comer os pratos típicos, descobrem toda uma cultura, tipos de vida diferentes e aprendem muito com os costumes de pessoas de outras regiões . É mais que prazer, um valor agregado, uma experiência de vida.

Por onde começar?

De início sempre bate aquela dúvida, de como, onde, com quem falar… Bom, primeiramente é importante que você coloque o pé no chão, e pense se é isso que quer mesmo. Procurar entender tudo que envolve a área, dos ganhos ao trabalho duro. Das técnicas até as aptidões de relação com a equipe, fornecedores, clientes… Muita gente pensa em fazer gastronomia querendo ser um super chef renomado com um restaurante chique de três estrelas Michelin (que funcionam meio como as famosas 5 estrelas de hotel, uma classificação que ranqueia, todos os anos, os melhores restaurantes do mundo), e não tem nada de errado se esse for o seu sonho, mas precisa saber que vai ter que batalhar muito pra chegar lá – então no mínimo, você deve além de gostar de cozinhar, adorar grandes desafios!

Vamos falar a real: Fazer gastronomia é ficar horas em pé, trabalhar com utensílios perigosos como fogo, facas, panelas cheias de óleo quente, é lavar muitaaaaaaaaaaaaaa louça, chorar muito picando cebola, e mesmo pra quem tem um restaurante, organizar uma equipe, testar os pratos, comandar a compra de ingredientes… Enfim, dá pra entender que é trabalho duro mesmo, no glamour!

Por exemplo, em 2011, o MEC (Ministério da Educação) fez uma pesquisa que indicou que um terço dos alunos de gastronomia abandona o curso. Pensando que esse é um curso que normalmente tem dois anos de duração, é um número bem grande, quase a mesma de desistência do curso de medicina! Por isso, é muito importante saber da realidade logo de cara, pra no meio do caminho não ter aquele choque e acabar desistindo. Ok? Vamos te ajudar nisso!

Claro que a primeira coisa é saber – e amar – cozinhar. Sem isso você já sabe que Gastronomia não é a sua área – a não ser que você seja um amante de comidas, mas mais como ciência ou negócios, como veremos adiante. Daí pra frente, o importante é estudar e praticar muito.

A questão é: você gosta de comida? Se sim, como quer se envolver com ela?

Na carreira de gastronomia você vai trabalhar por etapas bem definidas, o que não rola em outras profissões da economia criativa. O comecinho muito provavelmente vai ser como ajudante de cozinha, depois auxiliar, cozinheiro, chefe de praça (quem coordena um setor), subchefe e por final chefe. Vale lembrar, você pode se descobrir fantástico em qualquer uma dessas etapas, não é só o chef que é valorizado.

Uma dica importante é seguir alguns chefs famosos da sua área e ficar de olho em como eles trabalham. Muitos postam bastante informações, técnicas, estilos, conselhos nas redes sociais com frequência sobre como é o dia a dia, e você pode pegar ideias muito boas. Uma delas é a Roberta Sudbrack, que é dona de um restaurante no Rio de Janeiro. Começou vendendo cachorro quente, no qual conta sobre sua história no seu blog sobre o começo da carreira. O livro do chef Anthony Bourdain, “Cozinha Confidencial” (ed. Companhia das Letras) também conta os bastidores do trabalho do chef e pode ser um bom amigo na hora de estudar e preparar a sua carreira.

Livro de Anthony Bourdain, editora Companhia das Letras

E por que é tão importante ficar de olho no trabalho de outros chefs? Porque na gastronomia, assim como em algumas outras áreas da economia criativa, a ideia do mentor ainda é muito forte. Sabe como um artista menor trabalha com aquele que é grande pra ser seu aprendiz? É a mesma coisa. Nem sempre vai dar pra trabalhar com seu ídolo, é claro, mas ter um nome conhecido no seu currículo, com alguém bacanudo que você trabalhou, vai dar um up fantástico e ajudar muito para que o seu trabalho seja visto e até reconhecido. No Brasil, um dos maiores chefs é o Alex Atala, considerado em 2018 o sétimo melhor chef do mundo pelo The Best Chef Awards 2018, além do Olivier Anquier, francês naturalizado brasileiro. Vale destacar a Helena Rizzo, uma mulher empreendedora que conquistou seu lugar – e até na gastronomia o reconhecimento de um excelente chef é majoritariamente masculina, um dos problemas na carreira de uma chef mulher, se pensarmos na diversidades de chefs não só do Brasil, mas do mundo.

Embora a economia do país não seja das melhores, o que faz com que o consumo e as idas a restaurantes diminua, a gastronomia tem crescido bem, sendo destaque em 2017 com mais de 16 mil empregos de Chef de cozinha de acordo com a Firjan (A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

Profissões mais numerosas em 2017 de acordo com a Firjan

Outra fonte de renda que tem crescido muito são as redes de entrega de comida que enchem nossas ruas – e nossas casas – todas as semanas. O iFood, por exemplo, é uma empresa brasileira, que foi criada por Felipe Fioravante, primeiro como uma startup, depois um site e por fim o sucesso em forma de aplicativos. Já pensou que você pode trabalhar criando novas formas de consumir alimentos e atingir mais e mais pessoas? Outro que vem crescendo e atendendo novos mercados é o Apptite, um aplicativo que só vende comida artesanal. Lembra da mistura de Youtuber e Comida? Pois o influenciador André Pilli, produziu um vídeo para o app – contando um pouco sobre com funciona. Vale a pena conhecer!

Outro que também vem ganhando espaço é da plataforma Dineer, que é meio como um AirBnB de troca de experiências gastronômicas. Vale a pena conferir! Bom, deu pra entender que tem muita coisa pra falar de carreira, trabalho e negócios na área da Gastronomia, uma das mais deliciosas da Economia Criativa!

Aliás, depois de todo esse papo, deu uma fominha, não deu?!

Neste espaço dedicado a Gastronomia, você vai conferir artigos sempre com foco em carreira, negócios e empreendedorismo! Portanto, fique com a gente para ter novos insights, visão empreendedora, ampliação de novos negócios e tudo voltado para esse delicioso mercado da Economia Criativa! Bem-vindo/a ao IH!CRIEI! 😉

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Estamos atentos e em constante aprendizado! Nos vemos no próximo artigo! E não deixe de nos dizer como você se sentiu ao ler este conteúdo, a gente se importa com você…

>> Colaborou para este artigo, texto e design Patricia Bernal

Arte da capa: Fran Pulido

Sobre Camilla Zahn

Camilla Zahn é assistente de conteúdo e gestão de redes sociais, designer e filmmaker. Formada em audiovisual, amante de gatos e filmes do expressionismo alemão, é portadora de uma doença rara e deficiente física, buscando compartilhar suas vivências com o mundo, sempre de forma criativa, e com muita emoção. Para entrar em contato, envie um e-mail para zahnfilmmaking@gmail.com.

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