Seis dicas para ingressar no mercado
de Games

Agora que o bicho pega, não é? Por um lado sim, já que essa é uma indústria bem competitiva, por outro lado não, porque se você fizer a sua parte direitinho e ter o que mostrar – o famoso portfólio – com certeza tem chances de ir longe! Vamos conferir algumas dicas valiosas de como ingressar nesse mercado?

1. Tenha um portfólio recheado

Sim, como criativos sabemos que a palavra da hora é portfólio. Pode ser meio chato de fazer, mas ele é uma vitrine do seu trabalho, o que facilita muito na hora de contratar. Crie para o seu portfólio elementos que mostrem as suas melhores habilidades: se você quer trabalhar com design, crie ideias de personagens, objetos, pequenas animações. Quer ir pra música? Que tal colocar uns trechinhos de coisas que você compôs? Outra coisa legal é pedaços de jogos. Você não precisa desenvolver um jogo inteiro pra demonstrar a sua habilidade. Se já participou de algum, ótimo, coloca lá. Mas se não – ou se quiser incrementar – foque na sua área e crie um pedacinho de jogo pra que quem olhar o seu trabalho saiba que você consegue realizar aquela tarefa naquela área.

2. Escreva/Fale a respeito

Crie um blog/canal no Youtube/whatever pra falar de games: o que você joga, o que você cria, reviews, vale de tudo. Escreva artigos mais profissionais e uns também mais voltados ao público leigo, dessa forma você pode conhecer um monte de gente, e chamar a atenção de um possível contratante, porque você está demonstrando que sabe do que está falando. Também vale participar de discussões em fóruns ou grupos nas redes sociais, você sempre pode aprender algo novo, ajudar alguém ou encontrar seu novo trampo!

3. Faça um trabalhinho ou outro for free (ou por pouco)

Calma. Não é um incentivo à exploração. Todo mundo que começa na carreira e ao longo da carreira sabe que nem sempre a moeda de troca vai ser o dinheiro. Pra quem começa, é fazer treinar e aprender rápido para após – não mais que 6 meses – já começar a cobrar, nem que for o mínimo. Não há regras, mas alguns trabalhos você deverá pontuar e escolher se vale a pena fazer de graça – porque alguns valem!! Mas, é algo que deve ser escolhido a dedo e estrategicamente. Ok? Outra coisa é: se você faz o que ama é interessante você se juntar com um grupo e criar alguma coisa para aumentar o conhecimento, contatos e portfólio de todo mundo. Só não vale querer desenvolver um super mega hiper jogo, porque você vai acabar frustrado e sem nada. Veja bem a sua equipe, o que cada um pode trazer de melhor pra fazer algo simples e muito legal. Bota a criatividade pra funcionar! 😉

4. Conheça as empresas

Pra entrar no mercado é preciso saber quem está nele, sejam empresas grandes ou pequenas. Saiba que em empresas pequenas, é mais procurado o perfil de profissional que sabe fazer de tudo um pouco, já que – óbvio – a empresa não é muito grande. Em empresas maiores, é mais comum ter especialista disso e daquilo e cada um cuida de uma áreazinha pequena e segmentada. Se o seu objetivo é trabalhar pra uma das grandes marcas, então é bom ser o mais especializado e conhecer de tudo da sua área. O portal Produção de Jogos (ótimo portal também pra ver dicas e entrevistas com profissionais) criou um mapa da indústria no Brasil, com várias empresas cadastradas. Se quiser conhecer – ou procurar uma perto de você – clique aqui. Aproveita e dê a cara a tapa, se gostou da empresa já manda seu currículo e portfólio, mesmo que não tenha experiência, pois alguém pode gostar do que você anda produzindo! Imagina um estágio – e futuramente um emprego com aquela empresa que você adora?

5. Vá em eventos

Existem muitos encontros e eventos (abertos ao público geral, por sinal) onde você pode conhecer gente nova e aproveitar pra vender o seu peixe. Assista uma palestra, chega no palestrante e fala “nossa, amei isso aqui que você fez, eu to começando e faço X, Y e Z”. Pegue contatos. O site da Abragames – Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos tem um calendário atualizado constantemente de todos os eventos do mundo dos games, vale a pena conferir! 

Um bom lugar para aumentar a lista de contatos e tentar vender seu jogo são os festivais, que propõe rodada de negócios – para que você tente vender  – como a oferecida pelo Big Festival, Brazil’s Independent Games Festival, maior festival de game da América Latina, que também oferece inscrição de jogos prontos e em produção.

Outros festivais para inscrever seus jogos aqui no Brasil são o SB Games, que ocorre na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o BRING, de Brasília, o Brasil Game Show em São Paulo e o Brazil Games, voltado principalmente para a exportação de jogos nacionais para o mercado exterior.

Dos festivais internacionais, os mais conhecidos e populares são o Gamescom, festival que aceita jogos de vários países o XDS – External Development Summit, em Vancouver, no Canadá, o Games Connection, que ocorre em Paris, na França, o China Joy, em Shangai, o GDC – Game Developers Conference, em São Francisco, Califórnia, e o South By Southwest, em Austin, Texas, ambos nos Estados Unidos.

Outros festivais importantes são o ZKM_Gameplay, que ocorre na Dinamarca e o A MAZE., que rola em alguns lugares, mas normalmente em Berlim, na Alemanha. 

6. Participe de Game jams

Se você já está na área deve saber o que é isso, mas se não a gente explica! Game jams são maratonas onde sua equipe tem um tempo limitado, tipo 48 horas, uma semana, etc, para desenvolver um jogo do começo ao fim, as vezes até com tema determinado que só é revelado no começo da maratona. É muito legal participar para desenvolver o seu processo criativo, aumentar seu portfólio, conhecer gente e quem sabe ir com esse jogo para alguns festivais. Se quiser saber mais, confere o nosso artigo que fizemos através de uma conversa com André Mariano, desenvolvedor e programador de games, sobre mais algumas dicas pra quem quer trabalhar na área. É só clicar aqui!

Como nem tudo são flores, vamos falar agora um pouco do lado negro? É importante saber pra entrar no mercado com a consciência certa e pé no chão. O mercado de games, assim como o de cinema, é muito competitivo e tem pouca abertura para desenvolvedores independentes, e é difícil conseguir que seu jogo alcance o mercado mundial – talvez se ele fizer muito sucesso na internet. Também é bem difícil conseguir financiar o seu jogo e contratar profissionais, porque a maioria das coisas – mão de obra e venda – tem custo já em dólar, que como sabemos não está nada barato aqui no nosso país.  Mas nada é impossível! Só tenha a ciência de que a jornada – como qualquer área criativa – não vai ser fácil, mas vai valer super a pena. 

Outro problema recentemente abordado – mas bem antigo – é o que é conhecido como crunch (do verbo esmigalhar, em inglês). Ele diz respeito as condições de trabalho na indústria de games, onde os desenvolvedores as vezes fazem jornadas semanais de 100 horas, ganham muito menos do que deveria e são realmente esmigalhados pra trabalhar cada vez mais loucamente. Várias empresas já estão tomando consciência de que esse tipo de processo é um verdadeiro tiro no pé, porque cansado e mal pago ninguém faz nada que presta.

Gostamos de citar as dificuldades de cada área porque acreditamos aqui no Ih!Criei que nosso papel – e o seu também – como criativo é tentar, cada um na sua área, organizar e ajudar a Economia Criativa a crescer e ser cada vez melhor pra que todos trabalhem com paixão, mas que possam pagar as contas no fim do mês.

Arte da capa: Scott Balmer

Sobre Patricia Bernal

Sou fundadora e curadora do portal IH!CRIEI, apaixonada pela transformação que a criatividade humana pode impactar! Estudo o mercado criativo, creator economy e gestão em negócios criativos. Sou Jornalista, Especialista em Mkt de Conteúdo, Educadora e Palestrante.

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