A Arquitetura e a
Economia Criativa

Antes de entrarmos no mundo da Arquitetura, é muito importante você saber sobre a nossa nova Classificação da Economia Criativa, na qual, queremos criar uma forma mais simples de entender o que é essa Economia que muita gente “já ouviu falar” mas quase ninguém sabe explicar. Colocamos as áreas que envolvem Arquitetura em um bloco chamado Espaços de Convivência. Ou seja, tudo que envolve um espaço entra nessa categoria. Portanto, se você ama criar, transformar e melhorar os ambientes, essa profissão é pra você!

O setor da construção civil ou de tudo que envolve espaços de convivência crescem ou desvalorizam conforme a situação econômica de um país. No livro de John Howkins, Economia Criativa – Como ganhar dinheiro com ideias criativas (ed.MBooks), este seria o quinto maior setor de atividade depois de defesa, educação, saúde e alimentação nos países desenvolvidos. Mas isso escrito em 2001. Faz um bom tempo e talvez o cenário tenha mudado bastante – estamos atrás de atualizar esse dado.

Primeiro é importante frisar que quem dá o caráter criativo aos empreendimentos são os arquitetos, com suas projeções e imaginações que tiram a gente da zona visual comum e, muitas vezes, trazem um bem-estar presencial e subjetivo que muitos pessoas não sabem de onde vem – mas nós, criativos, sabemos: é a criatividade embutida nesses locais! Lembra da ideia do “valor simbólico ou intangível” que tanto se fala na EC? Pois é, esse é um deles.

Agora, uma pergunta para provocar você, arquiteto, estudante ou curioso sobre esse mundo das construções físicas….se fosse para escolher decidir focar nessa profissão que tipo de profissional você gostaria de ser: os que ganham prêmios pela sua criatividade colossal, projetam prédios fora da caixa, que fazem construções badaladíssimas ao redor do mundo, focaria em construções do futuro, sustentáveis no estilo Green Design, ou aquele que constroem o restante no estilo tradicional? Todos são necessários, mas…..se você quer se posicionar e ter suas criações lembradas, espalhadas pelo mundo e requisitadas em culturas diferentes, é bom você usar muita imaginação e expandir (Sempre!) seu conhecimento técnico, além de se atualizar para as tendências dos espaços de convivências do futuro. OK?

COMO É QUE FUNCIONA AS QUESTÕES BUROCRÁTICAS?

Um desenho de um prédio ou uma cadeira, não é patente e nem marca, é um Direito Autoral. O que isso significa? Que os desenhos dos arquitetos (ou designers de objetos, por exemplo) são protegidos – e essa é uma das características da Economia Criativa, onde a proteção serve para que o criativo possa receber uma quantia de dinheiro sempre que “vender” aquela criação, quando quiser e para quem quiser – e o esboço de um arquiteto poderá ser protegido por um direito autoral, assim como modelos, desenhos ou o projeto até chegar a obra de fato ou a construção de algo que foi desenhado e agora passará a exigir no mundo físico.

Por exemplo: Ter o direito autoral daquela construção permite ao arquiteto, por exemplo, licenciar um empreiteiro para fazer cópias daquela obra. Porém, uma pessoa que compra ou aluga aquele imóvel, não adquire o direto autoral contido nela. O mesmo vale para uma peça ou uma criação de algo que será comercializado.

ARQUITETURA, UMA DAS ÁREAS GLOBAL MAIS “WELCOME”

Podemos dizer que a arquitetura tem uma abertura internacional bastante elevada se você é um arquiteto singular – ou seja, criativo, disruptivo e meio louco! Não importa a cultura ou nação que veio aquele arquiteto/a, ele/a será bem recebido e visto com bons olhos até em governos que restringem importação cultural em todos os demais setores, ou seja, em muitas outras áreas criativas, a entrada pode não ser tão bem-vinda, na Arquitetura podemos dizer que é mais “fácil”. Não são só palavras de John Howkings, é um fato.

No Brasil, um exemplo de construção civil importando projetos de arquitetos estrangeiros é o Pininfarina, uma parceria da Cyrela com o escritório italiano da Ferrari. Esse aí, eu mesma pude fazer parte – ainda que apenas de um pós-produção me edição, do baladíssimo Pininfarina. Mas, prepara o bolso: quanto mais criativo, diferenciado, a tendência é que o produto encareça. Existe criatividade para todos e criatividade para alguns, e isso é que torna a Economia Criativa uma geração de produtos e serviços com qualidade, design e toda boa experiência que esse mundo nos trás, para todos, mesmo que em níveis financeiros diferentes.

Como é dito, o tamanho do mercado de construção civil de um país reflete sua própria economia. Ou seja, se as pessoas estão comprando imóveis, significa que a economia do país vai bem. O contrário também vale. Um dos mercados de construção civil que cresce mais rapidamente no mundo é a China – aliás eles crescem rapidamente em tudo, vamos combinar!

Entretanto, a maioria dos arquitetos chineses tem pouco status e são mal pagos, segundo informações na pesquisa de Howkings. Grande parte dos prédios novos em Pequim, Xangai e Senzen são projetados por arquitetos estrangeiros com o sócio chinês desempenhando um papel secundário.

Atualmente, um dos maiores problemas da área está ligado ao fato dos salários não serem tudo aquilo, a não ser que você seja um gênio da arquitetura super famoso. O público em geral não valoriza o trabalho dos arquitetos porque não tem conhecimento da trabalheira que dá – um papo muito complicado, inclusive, para o meio criativo, porque é mega relativo!

Outro ponto a ser notado é que no momento, o Brasil está passando por uma fase difícil economicamente, então a construção civil acompanha essa onda. Também devemos pontuar que o mercado ainda é muito masculino, e que deveria ser mais igualitário. São mudanças que já estamos vendo ocorrer para o lado positivo, mas ainda são muito lentas. Vemos hoje em dia uma preocupação positiva crescente também com a sustentabilidade e a acessibilidade que não existia com tanta força no começo dos anos 2000.

Quer se inspirar ainda mais? Que tal assistir um episódio da série Abstract, da Netflix, que fala de grandes criativos no design e em outras áreas, e se maravilhar com as construções e as dicas do famoso arquiteto Bjarke Ingels? Clica aqui pra assistir o trailer da série aqui no nosso portal e aqui pra ler um review mega inspirador com os todos os nossos aprendizados ao longo da série – ideal para quem quer se aprofundar no assunto.

É importante enfatizar que não somos especialistas em todas as categorias da indústria criativa, só em algumas como Comunicação Instantânea e StoryMídias. Porém, somos jovens pesquisadores da Economia Criativa e estamos, aos poucos, nos informando, conhecendo e vivenciando cada um dos universos criativos, para ampliar nossa visão de mundo e proporcionar a você uma imersão completa e maior entendimento do por quê esse universo da criatividade humana é tão fascinante, e como você, seja de qual área criativa for ou, caso não seja, trabalhe com os criativos, consiga ampliar sua visão de mundo para gerar inovação em sua atividade profissional e assim obter cada vez mais reconhecimento!

Você pode nos ajudar a construir um conteúdo qualificado e assertivo dando suas sugestões, trazendo seus incômodos e opiniões, seja nos comentários ou redes sociais. Nosso canal mais ativo no momento é o Instagram: @ihcriei. Segue lá!

Estamos atentos e em constante aprendizado! Nos vemos no próximo artigo! E não deixe de nos dizer como você se sentiu ao ler este conteúdo, a gente se importa com você…

Arte da capa: Fill Ryabchikov

Sobre Patricia Bernal

Sou fundadora e curadora do portal IH!CRIEI, apaixonada pela transformação que a criatividade humana pode impactar! Estudo o mercado criativo, creator economy e gestão em negócios criativos. Sou Jornalista, Especialista em Mkt de Conteúdo, Educadora e Palestrante.

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